Exposição Body Worlds: o corpo humano em toda a sua beleza
A “Body Worlds” é uma exposição idealizada pelo alemão Gunther Von Hagens
http://postmania.org/?p=3416
Data de acesso :
08/06/2010
Mover as coisa e se mover é simplesmente, tudo o que podemos fazer...
...seja através das mais simples e pequenas palavras ou das mais complexas e grades ações.
Para muitas pessoas, ter um corpo é simplesmente ter um arranjo de ossos, músculos, órgãos, ligamentos, enfim de uma infinidade de "coisas" que dão a base e condição a realização das atividades da vida diária.
Se por um lado mover coisas é tudo o que podemos fazer, por outro, viver as consequências destas ações é o que na teoria, esperamos. Sem dúvidas, a 3 Lei de Newton (Ação e Reação) não se limita apenas quando falamos de Física.
Sim, temos um corpo, somos dotado de um arranjo de músculo-esquelético que nos permite influenciar o meio no qual estamos vivendoe, consequentemente, somos influenciados por ele também. Esta relação dinâmica entre agir e perceber, perceber e agir, nos da a sensação e, por que não dizer, a certeza de que este arranjo músculo-esquelético é composto, também de algo chamado : Vida.
Afinal, temos ou somos um corpo ? " Não faz sentido viver assim. Desta maneira não dá pra mim... Não posso e não quero parar; agora sinto o meu corpo..." (música de Marcelo Sussekind e Sérgio Araújo-"Não Faz Sentido").
Medina (1990) cita o quanto é difícil discutir este assunto, principalmente, nos dias de hoje. Segundo o autor deixa claro que a cultura do corpo é uma tarefa complexa e bastante desafiadora , devido a maneira de pensarmos no corpo como um "ter" e não como um "ser".
Ser um corpo é estabelecer a tríade : pensar, sentir e mover, cuja ordem dá-se de forma aleatória, criando uma relação dinâmica entre as ações que nos permitem interagir com o meio no qual vivemos. Assim como aprendemos a lêr através da leitura, aprendemos através do movimento, do corpo em movimento.O corpo "fala" e, através desse diálogo, proporciona o curso de desenvolvimento do ser (indivíduo).
A Educação Física, até os dias de hoje, tem buscado sua identidade através do corpo.Porém, tem sido "bombardeada" pelas influências de uma sociedade que valoriza de uma maneira falsa o pensamento que vai contra a tríade pensar-sentir-mover, denominando o corpo como estrutura que precisa manter-se forte e saudável para as atividades da vida cotidiana. Por estas e outras razões, Medina (1990) sugere que a Educação Física precisa entrar em crise e, então, rever seus conceitos e valores em relação ao corpo.
Danças, lutas, jogos entre outros, são alguns conteúdos trabalhados na Educação Física escolar. Porem ainda temos encontrado o foco principal destes conteudos no corpo como um "ter", ou seja, com destaque na parte procedimental .
Tão importante quanto o procedimento, saber fazer, é o conceito e a atitude que estas atividades podem promover/construir novos envolvidos.
Segundo Brotto(1999), desenvolver atitudes, por exemplo, a cooperação, é fundamental. Atravésde jogos cooperativos, com o intuito de promover a participação, colaboração e, "obviamente" , a cooperação entre os envolvidos , o autor tem buscado promover uma Educação Física escolar diversificada, diminuindo o foco a esporte como principal conteúdo das aulas. Entretanto, vale ressaltar que cooperar é importante, mas a competição pode e deve existir na escola e, ainda, o esporte deve ser trabalhado de forma que desenvolva nos alunos não apenas habilidades motoras, mas cognitivas e afetivas, cabendo ao professor direcionar seus objetivos.
Huizinga (1996) fala que o prazer, aquilo que é livre, a falta de seriedade, as regras o caráter de ficção , de representação e sua limitação no tempo e no espaço, são algumas características do jogo que. por sua vez, se manifestam no ato lúdico, se opondo ao trabalho, considerado atividade séria. Vendo por essa visão, muitos professores têm desenvolvido qualquer atividade sem ao menos se preocupar com a lei "ação-reação", mas crendo na manifestação inata do lúdico.
Na minha opinião acredito que as práticas culturais não são lúdicas em sí, mas é a interação o desenvolver da pessoa com a experiência vivida que possibilita o desabrochar da ludicidade (Gomes, 2004). E a pessoa ainda pode vivenciar isso nas práticas de dança, luta, esportes, jogos e etc, sendo experimentadas e desenvolvidas através do corpo. Pois somos um corpo!
Acredito que SER um corpo é vivenciar através do mesmo as mais diferentes e variadas práticas corporais, seja para o trabalho, para o lazer e etc.
BROTTO, Fábio Otuzzi. Jogos cooperativos: o jogo e o esporte como exercício de convivência. Campinas: 1999. Dissertação (Mestrado) - UNESP
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. 4.ed. São Paulo: Perspectiva, 1996.
MEDINA, João Paulo Subirá. A educação física cuida do corpo e mente. 9. ed. Campinas, SP: Papirus 1990.
GOMES, Ch.L. Dicionário Crítico do Lazer. Belo Horizonte: Autêntica,2004.